Diante dos sinais do PSDB de que pode desembarcar do governo pós-TSE, Michel Temer já articula com parlamentares do centrão para barrar uma eventual denúncia da Procuradoria-Geral da República contra ele na Câmara dos Deputados.
Pela Constituição, cabe aos deputados autorizarem a denúncia. Os próprios técnicos da Casa, segundo o blog apurou, já foram consultados sobre o eventual cenário.
O artigo 86 da Constituição diz que, admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.
Temer e seus principais auxiliares têm procurado parlamentares desde a semana passada para discutir os desdobramentos da crise política.
Como o blog adiantou, o presidente teme que o Ministério Público ofereça denúncia contra ele antes do julgamento no TSE, o que contaminaria, para governistas, o ambiente na corte eleitoral.
Como o Planalto desconfia do PSDB, auxiliares de Temer têm procurado deputados do PP, PRB, PTB e outros do bloco que ficou conhecido como “centrão” para pedir apoio. Argumentam, nas conversas, que Temer “cumpriu” o que prometeu quando assumiu- em relação a cargos e emendas- e cobram fidelidade ao peemedebista na mais grave crise da sua gestão.
Nesta quinta-feira, o presidente recebeu deputados do PTB, como Jovair Arantes, que foi o relator do processo de impeachment contra Dilma Rousseff na Câmara.
Aliados de Temer reconhecem que, diferentemente de aceitar um pedido de impeachment – que afirmam ser um movimento político- o eventual pedido de Janot é uma questão jurídica, o que aumenta a pressão em relação à sua aceitação pelos parlamentares.