Em reunião da Executiva do partido, o PSB decidiu partir para a oposição e pedir a renúncia do presidente Michel Temer. Para a cúpula da sigla, Temer perdeu as condições de governar e deve abrir mão do cargo. O PSB também resolveu que irá fechar questão em favor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do deputado Miro Teixeira (Rede-RJ), que antecipa as eleições diretas para presidente da República, que já vem sendo apelidada de “emenda das Diretas já”. Pela Constituição, em caso de vacância da cadeira de presidente a menos de dois anos do fim do mandato tem de ser feita uma eleição indireta na qual apenas deputados e senadores votam.
– O PSB tomará uma decisão de sugerir a renúncia do presidente, porque ele perdeu as condições de governar o país. Dentro desse ambiente de renúncia, que é uma decisão dele, pessoal, ou no caso de vacância do cargo, o PSB defende o respeito à Constituição, fortalecerá e fechará questão com relação à votação da emenda das Diretas Já – afirmou o secretário-geral do PSB, Renato Casagrande, complementando em seguida:
– Quem conclui que o presidente não tem mais condições de liderar um projeto nacional, se coloca de fato na oposição.
O PSB já ensaiava sair do governo, quando resolveu fechar questão contra as reformas trabalhista e da Previdência. A orientação do partido, no entanto, não foi cumprida por todos e no dia da votação da reforma trabalhista no plenário da Câmara o partido rachou: dos 30 deputados, 14 desobedeceram a sigla e votaram a favor do projeto. Ainda não está claro se o partido exigirá que o único ministro que a sigla tem dentro do governo, Fernando Coelho Filho (Minas e Energia), demita-se ou, em recusando, saia do partido. O partido segue reunido e deve divulgar ao fim do encontro uma nota oficial.
– Talvez ele seja até implicado a pedir licença do partido para continuar exercendo [o comando do ministério]. Talvez ele queira ficar no navio tocando o violino do Titanic. Essa é uma opção dele – disse o deputado Júlio Delgado (MG), que também é membro da Executiva.