FAB faz menos voos com autoridades em 2024

- publicidade -

Autoridades voaram 1.437 vezes em aviões da Força Aérea Brasileira em 2024. Esse número representa uma queda de 23,5% na comparação com o ano anterior, quando haviam sido 1.879 voos.

Podem solicitar os aviões da FAB ministros de Estado, presidentes de Poderes e comandantes das próprias Forças Armadas, além do vice-presidente da República, em casos de serviço ou segurança.

No 1º ano do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), houve uma alta de 4,1% ante o ano anterior, 2022, o último de Jair Bolsonaro (PL) na Presidência.

No infográfico acima, voos compartilhados são contados como uma só decolagem. Essa diferenciação é feita pela Força Aérea em sua base de dados, mas as requisições são listadas separadamente de forma genérica.

BARROSO E LIRA LIDERAM

O presidente do STF, Roberto Barroso, foi quem mais voou em aviões da FAB: 147 vezes. O 2º lugar ficou com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), com 129. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fecha o top 3, com 119 viagens.

QUEM VOA DE FAB

Os voos podem ser requisitados pelo vice-presidente da República, por ministros de Estado, presidentes de Poderes e comandantes das Forças Armadas para casos de serviço ou segurança.

Em abril de 2015, a então presidente Dilma Rousseff tentou proibir o que foi chamado de “farra dos voos da FAB”. Baixou um decreto (8.432/2015) impedindo o deslocamento ao domicílio de autoridades. O uso caiu, mas não parou.

A justificativa de “segurança” continuou sendo citada em um sentido mais amplo. A tese é de que, em qualquer deslocamento de um ministro, estaria embutido um risco.

A questão ganhou novos holofotes em 2020, quando o então secretário-executivo da Casa Civil Vicente Santini foi demitido depois de vir a público um voo que fez da Suíça à Índia com um jatinho da FAB –depois disso, o governo Bolsonaro o readmitiu em outros cargos de alto escalão.

Com a repercussão, Bolsonaro publicou um decreto (10.267/2020) proibindo o uso dos aviões por ministros interinos. Aproveitou o texto para formalizar a possibilidade de que o deslocamento para a casa dos chefes de Poderes tenha sempre a presunção de motivo de segurança.

No governo Lula, pelo menos 2 casos recentes foram questionados:

Juscelino Filho – o ministro das Comunicações usou diárias e um avião da FAB para ir a um leilão de cavalos de raça em janeiro de 2023;
Anielle Franco e André Fufuca – os ministros da Igualdade Racial e do Esporte, respectivamente, viajaram para São Paulo em aviões da FAB em 24 de setembro de 2023 para ir à final da Copa do Brasil.

Poder 360

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Assumiremos que você está ok com isso, mas você pode sair do site, caso não concorde. Ok Saiba mais