Agentes penitenciários dizem que sistema está em situação caótica

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O Sistema Prisional do Rio Grande do Norte está numa situação caótica e de calamidade. Esse foi o resumo do quadro em que se encontra o setor, com base nos depoimentos da presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Estado (SINDASP) Vilma Batista e do secretário geral da entidade, André Jucá, ouvidos pela Comissão Especial da Assembleia Legislativa para analisar a situação do sistema, em reunião realizada na manhã desta quinta-feira (18).

“Realmente pelos depoimentos colhidos por esta Comissão, o sistema prisional precisa de investimento. Está faltando equipamentos até para a comunicação dos agentes penitenciários no ambiente de trabalho, o que é perigoso. Está faltando estrutura e o número de agentes é reduzido em comparação ao número de presos”, afirmou o deputado Hermano Morais (PMDB), que presidiu a reunião.

A presidente do SINDASP criticou o fato de não ter sido ouvido pelo Governo do Estado na elaboração do plano diretor para o sistema penitenciário. “Nós estamos abandonados. Nós somos expostos às condições inadequadas para o trabalho. Muitos não percebem ao que somos submetidos no dia a dia, num trabalho estressante. Infelizmente sofremos muito mais pelo abandono em que nos encontramos”, desabafou Vilma.

A presidente do SINDASP disse que são 8.200 presos em 32 unidades prisionais em todo o Estado sob a responsabilidade de apenas 864 agentes. Disse ainda que o concurso está atrasado e somente em abril do próximo ano é que os novos agentes que forem aprovados vão estar em exercício.

“Nós não temos a valorização funcional física e mental. Não há estrutura para o trabalho. A gente faz rodízio com os coletes e todos vão vencer no final deste mês”, afirmou Vilma.

O secretário geral do Sindicato, André Jucá, que já tem 15 anos de trabalho afirmou para a Comissão que o agente penitenciário ganha muito pouco e não tem nenhuma perspectiva de vida. “A categoria está acampada esperando ser recebida pelo Governador. O agente precisa andar armado para se defender, mas não temos armas. A categoria não tem incentivo, não é valorizada. Depois de 15 anos de trabalho, o salário é R$ 2.700” afirmou André.

Participaram da reunião os deputados Hermano Morais, Larissa Rosado (PSB) e Márcia Maia (PSDB).

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