Ganhando cada vez mais destaque em todas as áreas do mercado de trabalho, as mulheres também são indispensáveis no desenvolvimento da segurança pública. Neste Dia Internacional da Mulher, nada melhor do que contar a história de uma profissional com grandes serviços prestados ao Rio Grande do Norte, a delegada Sheila Freitas.
Natural de Natal, a carreira na Polícia Civil já parecia estar no caminho de Sheila desde que ela nasceu. Com os avós policiais, a empatia com a profissão apenas cresceu com o passar dos anos. “Sempre achei a profissão de policial muito bonita, essa situação de proteger a sociedade”, afirmou.
No ano de 2000, o que antes era apenas uma identificação deu um passo decisivo. Sheila ingressou no quadro da Polícia Civil do Rio Grande do Norte. Passou pela Delegacia Especial de Furtos e Roubos (Defur), DP Caraúbas, Delegacia Especializada Em Proteção Ao Meio Ambiente (DEPREMA), Delegacia de Polícia de Atendimento ao Turista (DEATUR), 1º DP, 11º DP, Divisão Especializada em Investigação e Combate ao Crime Organizado (DEICOR) e atualmente é a diretora da Delegacia de Polícia da Grande Natal (DPGRAN).
Os serviços prestados, inclusive, foram motivos para uma homenagem no Dia Internacional da Mulher do ano passado na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, onde foi apontada como “uma profissional dedicada e mãe exemplar. Um retrato da nossa aguerrida pátria, mãe gentil. Uma mulher que não foge à luta”.
Na época em que ingressou na Polícia Civil, o quadro de mulheres na instituição era bem menor do que atualmente, mas nada que impedisse o crescimento de Sheila. “Sempre fui muito respeitada dentro da instituição, nunca tive problemas por ser mulher. Hoje o quadro é bem diferente de antigamente, mas poderíamos ter ainda mais mulheres, já que as mulheres são maioria na população”.
Tendo participado de grandes operações policiais ao longo dos anos, o maior desafio de Sheila Freitas não foi nenhuma prisão de algum criminoso, mas sim o fato de muitas vezes ter que abdicar do convívio familiar. Mãe de três filhos e ainda com uma enteada – também considerada como filha – a delegada conta que sempre procura dividir a vida pessoal da profissional. “Sempre procuro deixar minha família no anonimato, para que a minha profissão não interfira na vida deles”.
Uma passagem, inclusive, resume bem os desafios que uma mãe de família precisa enfrentar para ser policial. “Em 2014, participei de uma operação em que um empresário ficou 37 dias sequestrado. Esses 37 dias eu passei praticamente sem contato nenhum com minha família”, recordou.
Apesar de tudo, no fim, segundo Sheila, tudo tem valido a pena, principalmente pelo apoio recebido pela própria família. “Depois dessa operação, apareceu outro sequestro que tive que trabalhar. Fui falar para a minha família e meu marido disse ‘Pronto, mais um mês sem aparecer em casa’. Mas ele falou brincando. Todos sempre me apoiam. Eles sabem que eu estou fazendo o que gosto”.