O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, afirmou na manhã desta terça-feira (6) que não é importante o PSDB ter ministro no governo Michel Temer.
Um dia antes, Alckmin e o prefeito João Doria afirmaram que o partido só deve deixar o governo Temer após o julgamento da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Nesta segunda-feira (5), no entanto, a maioria do diretório do partido no estado afirmou ser favorável que a sigla desembarque do governo de Michel Temer (PMDB) após abertura de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o presidente.
Questionado se tem defendido a permanência do PSDB no governo, Alckmin negou.
“Não. Eu tenho defendido duas coisas. A primeira é que nós devemos aguardar o poder judiciário. A segunda é que esta é uma decisão nacional para tomarmos em seguida. Terceiro, não é importante se o PSDB vai ter ministro ou não no governo. Aliás, lá atrás eu até defendi que o PSDB apoiasse o governo sem indicar ministro, sem participar oficialmente”, disse durante abertura de uma feira de tecnologia da Federação Brasileira de Bancos. Enquanto Alckmin falava com os jornalistas, o prefeito Joao Doria dava uma palestra sobre o uso da tecnologia na Prefeitura, ao fundo.
Segundo o governador, objetivo do partido é que as reformas da Previdência e Trabalhista sejam aprovadas.
“O importante é que o PSDB vai dar apoio a todas as medidas de retomada de crescimento econômico e da geração de emprego, as reformas que visem melhorar a competitividade e a eficiência do país. Esta é nossa posição. […] Ter ministro, não ter ministro não é mais relevante”, completou.
Atualmente, o partido possui três ministros: Bruno Araújo (Cidades), Aloysio Nunes (Relações Exteriores) e Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo).
Sobre a hipótese de algum ministro do TSE pedir vista, Alckmin disse que o PSDB não vai continuar aguardando o final do julgamento.
“Não, não vai. Vamos aguardar estes próximos dias e vamos nos reunir em Brasília. Acho importante o que foi feito ontem aqui em SP, que é ouvir. Não é uma decisão unânime. Precisa ouvir, amadurecer, refletir. O PSDB tem agido com responsabilidade, e vamos continuar agindo com responsabilidade. Hoje inicia a decisão do TSE, pode ser resolvida nos próximos dias, aí o partido se reúne e toma a decisão definitiva”.
O governador disse não ser contra ao desembarque do partido. “E quem disse que eu sou contra o desembarque? Se você pegar minhas declarações lá atrás eu já dizia que o partido deveria apoiar o governo, as medidas de interesse do país sem necessariamente participar com ministro do governo”.
“Vamos aguardar uma esta semana, aguardar as decisões, reunir as lideranças em Brasília e tomar uma decisão. Qualquer que ela seja, o compromisso é com as medidas econômicas, a retomada do emprego e o crescimento da economia. Ter ministro ou não ter ministro é secundário”, completou.