O deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), que recebeu uma mala com R$ 500 mil do frigorífico JBS, informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que depositou os R$ 35 mil que faltava devolver. Na última segunda-feira, ele entregou à Polícia Federal (PF) uma mala com apenas R$ 465 mil. Rocha Loures também apresentou na corte o comprovante do depósito, feito na quarta-feira.
O depósito foi feito em um conta mantida na agência da Caixa Econômica Federal localizada no STF. Não foi esclarecido se foram as notas originais que estavam na mala as depositadas na conta.
Rocha Loures é investigado num inquérito aberto no STF juntamente com o presidente Michel Temer (PMDB) e o senador Aécio Neves (PSDB-MG). O processo tem origem na delação de executivos do frigorífico JBS.
“Rodrigo Santos da Rocha Loures, por seus advogados, nos autos da ação cautelar nº 4328, vem perante Vossa Excelência informar que realizou na data de ontem o depósito judicial de R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais), quantia esta relacionada à investigação conduzida nos autos do inquérito nº 4483, conforme guia de depósito judicial ora apresentada (doc. 1). O referido montante encontra-se depositado na conta nº 86400176-5, agência nº 3133, da Caixa Econômica Federal”, diz trecho do documento protocolado pelo deputado afastado no STF.
Em delação, Joesley Batista, dono da JBS, afirmou que Rocha Loures foi indicado pelo presidente Michel Temer para tratar de assuntos de interesse da empresa. Na última vez que a mala havia sido vista, o deputado afastado Rodrigo Rocha Loures saiu com ela de um estacionamento de uma pizzaria de São Paulo, em 28 de abril, e entrou correndo em um táxi.
A mala foi entregue a ele por Ricardo Saud, diretor da JBS, também delator. A entrega foi filmada pela PF, que perdeu o táxi de vista. A entrega da mala confirma a informação dada pelos investigadores, de que a bagagem estava com o deputado.