O ministro relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Edson Fachin, mandou retirar do processo e pôr sob sigilo os áudios das interceptacões telefônicas feitas nos telefones de alvos da operação Patmos, realizada na semana passada. Entre os investigados estão o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG), a irmã dele, Andrea Neves, e o deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR).
A medida foi tomada após a divulgação de que o STF tinha tornado público, entre o material da operação, conversas sem pertinência com a investigação. Um site divulgou nesta terça-feira (23), por exemplo, uma conversa interceptada entre Andrea e o jornalista Reinaldo Azevedo.
Conforme o processo, a Procuradoria Geral da República (PGR) não havia pedido a retirada do sigilo das interceptacões, mas o sigilo foi retirado pelo relator da Lava Jato junto com o restante do material, no qual a Procuradoria pediu o fim do sigilo.
A íntegra da decisão do ministro ainda não foi divulgada e Fachin também não se pronunciou oficialmente sobre o episódio da divulgação da conversa de Andrea com o jornalista.
Andrea foi presa pela Polícia Federal na operação, na quinta-feira da semana passada. A operação foi autorizada por Fachin e teve 41 mandados de busca e apreensão e 8 de prisão preventiva, segundo a PGR, autora dos pedidos.
Foram realizadas também buscas em endereços residenciais e funcionais de Aécio Neves e do deputado Rocha Loures, cujos gabinetes no Congresso Nacional foram ocupados por agentes da Polícia Federal.