A anfitriã bem que tentou convencer os senadores governistas do PMDB de que o jantar em sua casa não seria uma reunião dos rebelados liderados por Renan Calheiros (AL) contra o governo Michel Temer. O regabofe desta vez, na casa da ex-ministra dilmista Kátia Abreu (PMDB-TO), entrou pela madrugada desta quarta-feira e foi dominado por críticas à política econômica e às reformas do propostas pela equipe do atual presidente.
Renan, que à tarde atacou duramente o governo e admitiu afinidade com o ex-presidente Lula, não perdeu a oportunidade de continuar com o discurso provocativo nas mesas por onde passou.
— Diziam que a Dilma não sabia onde ia, e o Temer não tem para onde ir — disse Renan, segundo um dos senadores presentes.
Fazendo o contraponto da queda de braço de Renan com Temer e os ministros palacianos, o presidente do Senado, Eunício de Oliveira (PMDB-CE), não compareceu ao jantar. Os senadores Valdemir Moka (PMDB-MS) e Simone Tebet (PMDB-MS) também não foram. Dos 22 senadores da bancada, mais da metade (12) marcou presença no jantar festivo de Kátia e Renan.
Mas o time de Renan foi reforçado pelo ex-presidente José Sarney e a filha Roseana Sarney. Jader Barbalho (PMDB-PA) foi acompanhado do filho ministro Hélder Barbalho, da Integração Regional. Para tentar acalmar Renan, também foi ao jantar o ministro do Planejamento Dyogo Oliveira.
— Eu tive que cortar um dobrado para convencer os senadores que essa festa não era para discutir rompimento — disse a senadora Kátia Abreu durante o evento.
A confraternização, segundo ela, foi motivada pela vontade de reunir os colegas e lhes oferecer um prato típico do Tocantins, a fritada de aratu, um caranguejinho da região.
— Na fritada de aratu, Temer também foi fritado — brincou um dos senadores presentes.