Impedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de continuar no cargo de secretário municipal da Casa Civil nove dias após sua nomeação, Marcelo Hodge, filho do prefeito Marcelo Crivella, recebeu em março R$ 10.932,59, o equivalente a um mês de salário. O vencimento bruto dele era de R$ 15.187, sobre o qual incidiram os descontos de R$ 3.139,74 (Imposto de Renda) e R$ 1.114,67 (outros encargos). A informação, que consta na folha de pagamentos de fevereiro da prefeitura, foi publicada ontem pela coluna Radar On-Line, da revista “Veja”.
Hodge foi afastado no dia 9 de fevereiro por uma decisão do ministro Marco Aurélio Mello, que considerou nepotismo a escolha feita por Crivella. Autor da ação civil pública que deu origem à liminar, o advogado constitucionalista Victor Rosa Travancas afirmou que “se o ministro permitisse que Crivella, numa cidade grande como o Rio, mantivesse o próprio filho nomeado, estaria legitimando e incentivando a prática de indicação de parentes a cargos de primeiro escalão”.
A Secretaria municipal da Casa Civil informou, em nota, que nunca houve movimentação na conta do Banco Santander referente ao depósito dos salários para Marcelo Hodge. E disse que o ex-secretário não sabia da existência de saldo. O órgão acrescentou que já foi solicitado estorno imediato do valor à prefeitura.
“Marcelo Hodge Crivella sempre respeitou as decisões da Justiça e continua aguardando a decisão do STF a respeito da sua nomeação”, concluiu a nota da Casa Civil.