“Pablo Escobar me estuprou”, conta amante do narcotraficante colombiano

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Foram dois meses de negociações, 166 minutos de conversa em ligações internacionais e 50 mensagens de e-mails trocadas para que eu finalmente me encontrasse com a colombiana Virginia Vallejo no subúrbio de Miami onde vive. Não que precisasse convencê-la da importância da conversa, ela sabia que seu livro Amando Pablo, Odiando Escobar – que baseou um filme que será estrelado por Javier Bardem e Penélope Cruz com estreia prevista para o ano que vem – chega às livrarias brasileiras este mês. Nosso encontro seria uma oportunidade de promover a obra. As conversas foram necessárias para atender às exigências de uma das mais famosas apresentadoras de TV colombiana que viveu, nos anos 80, uma tórrida e longa paixão com o traficante Pablo Escobar. Virginia precisava terminar a revisão de seu livro, fazer um tratamento dentário, uma cirurgia nos olhos, escolher a fotógrafa, a locação e comprar roupas para a foto da página anterior. Pediu, ainda, para eu escrever um e-mail garantindo que não havia interesses obscuros por trás desta entrevista.

Aos 67 anos, a jornalista mora em um apartamento de 90 m2 em Aventura, dentro de um condomínio para moradores com mais de 55 anos. Caminha devagar por causa de um acidente de carro que machucou sua coluna, e que ela jura ter sido um atentado contra sua vida, e também porque perdeu parte da visão. Mudou-se para os Estados Unidos em 2006, com a ajuda do departamento antidrogas do governo americano, depois de denunciar a ligação de políticos colombianos com crimes praticados por narcotraficantes. Chegou à Flórida com duas moedas no bolso e as malas Gucci e Louis Vuitton que ainda a acompanham, sob o status de asilada política.

Nesse apartamento com vista para o mar, guarda os vestidos e as joias dos tempos áureos, assim como as capas de revista das quais foi protagonista. Sobre sua penteadeira, mantém três espelhos de mesa e uma caixa com pincéis de maquiagem. No quarto, duas balanças ao lado da cama revelam que a vaidade não diminuiu com os anos. Assim que entrei em sua casa, me mostrou dois canarinhos, seus maiores afetos, que vivem em uma gaiola com a portinhola aberta. Nos porta-retratos da sala, “um fã da Colômbia e seu filho, só nos conhecemos pela internet”; outra foto com a mãe, “não nos falávamos quando ela morreu”, além de retratos seus feitos por renomados fotógrafos colombianos. Foi nesse cenário que me contou sua vida ao longo de sete horas e, ao fim, confessou: “Sou um pouco histérica. Mas muito honesta”.

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