Beto Santos renunciou à presidência do América. O dirigente que essa semana entrou numa queda de braços com o ex-presidente Eduardo Rocha e disse que não queria ser empecilho para a retomada da normalidade no clube, lanterna do segundo turno da Copa RN, apresentou sua carta de afastamento no final da tarde de ontem.
O presidente já havia anunciado que estava sendo vitima de um boicote no América, ao mesmo tempo que dizia desejar aproveitar que a crise em torno do poder no clube havia ficado exposta, para levar a família americana a uma reflexão: qual motivo teria levado dez presidentes, nas últimas duas décadas, a renunciar o cargo? Junto com Beto Santos também deixa o cargo o seu vice-presidente administrativo, José Medeiros.
Agora quem assume o poder é o presidente do Conselho Deliberativo, José Rocha, que num prazo de 60 dias terá de convocar novas eleições. Os conselheiros podem optar pela nomeação de um presidente para um mandato tampão, uma vez que a chapa que acaba de renunciar estava em seu último ano de mandato.
Na carta de renúncia conjunta de Beto Santos e José Medeiros, ambos citam que deixam o clube com a consciência tranquila, uma vez que empreenderam todos os esforços e cumpriram com todas as obrigações estatutárias e financeiras durante a gestão.
Com o ato, os ex-dirigentes salientam que “pretendem garantir total e irrestrita autonomia ao Conselho Deliberativo do América e dar clara intenção de que os interesses do clube são prioridade absoluta”.
No documento foi inclusa uma crítica ao comportamento de alguns membros do conselho, quando Beto Santos diz: “Chegamos ao ponto, em que a atual gestão, pautada por decisões conjuntas, deixou de ser propositiva para desencadear uma tentativa de personificação da crise e prejuízos ao clube”.
Este foi o último ato de uma semana conturbada no Alvirrubro, que começou com a desistência de Eduardo Rocha em capitanear a criação do Grupo de Apoio ao Futebol e lançar algumas críticas em relação a administração Beto Santos. Momento em que Beto se defendeu denunciando um movimento de boicote a sua administração.
A guerra de bastidores ganhou novos fatos quando o presidente do Conselho Deliberativo decidiu promover o adiamento da reunião do colegiado, antes marcada para quinta-feira dia 30, para o dia 18 de abril e cobrar do então mandatário alvirrubro a apresentação de um plano de ação para o acesso do clube. “Ele pegou o América na série C, então o mínimo que pode fazer é devolver o América na série C”, cobrou José Rocha.
Além disso o presidente do conselho alvirrubro disse ter notado que Beto Santos “estava sem ânimo, sem elã para administrar o clube. Dessa forma era melhor ele entregar o cargo”.