O Uber gerou mais de US$ 20 bilhões em corridas ao longo de 2016 – mais do que o dobro do que fez durante o ano anterior. As informações foram divulgadas ontem pela empresa à agência de notícias Bloomberg. Por não ser uma empresa com capital aberto em bolsa, o Uber não é obrigado a revelar seus resultados financeiros publicamente.
A estratégia da empresa, porém, é mostrar que está em uma trajetória forte enquanto enfrenta problemas sérios com sua imagem e gestão.
Nos últimos meses, o Uber perdeu cinco executivos – incluindo o presidente Jeff Jones–, sofreu com denúncias de assédio sexual e foi acusado de programas secretos para enganar autoridades governamentais e atrapalhar a atividade de rivais como o Lyft.
Em 2016, o Uber faturou US$ 6,5 bilhões – segundo a empresa, a receita inclui apenas a tarifa que o Uber cobra de seus motoristas pelas corridas. No entanto, isso não foi suficiente para que a empresa tivesse lucro: em 2016, o aplicativo de transportes teve prejuízo de US$ 2,8 bilhões. “O Uber é uma máquina de queimar dinheiro”, disse Aswath Damodaran, professor de finanças da Universidade de Nova York.
Só no quarto trimestre de 2016, a empresa teve um prejuízo de US$ 991 milhões, cerca de 6,1% acima quando comparado com período anterior. De acordo com o Uber, a demonstração de perdas não conta a remuneração de empregados, investimentos imobiliários, compras de automóveis e despesas diversas da empresa. “É muito dinheiro para ser pedido apenas em um trimestre”, afirma o professor de negócios da Universidade de Columbia, Evan Rawley, em entrevista para a Bloomberg.