Esta é a melhor cidade do Brasil para envelhecer
Estudo usou uma metodologia inédita, com o cruzamento de 63 indicadores divididos em sete variáveis
O Índice de Desenvolvimento Urbano para Longevidade (IDL) – iniciativa do Instituto de Longevidade Mongeral Aegon e da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV/EAESP) – considerou Santos a melhor cidade no Brasil para se viver após os 60 anos.
Florianópolis, Porto Alegre, Niterói, São José do Rio Preto, Ribeirão Preto, Jundiaí, Americana, Vitória e Campinas também estão na lista.
O estudo usou uma metodologia inédita, com o cruzamento de 63 indicadores divididos em sete variáveis (indicadores gerais, cuidados de saúde, bem-estar, finanças, habitação, educação e trabalho, cultura e engajamento), de 498 cidades brasileiras de grande e pequeno porte, avaliando até o clima.
O trabalho durou 14 meses, de julho de 2015 a setembro de 2016. “Um dos principais objetivos da pesquisa é mostrar ao gestor público que a cidade tem qualidades, mas também pode melhorar em muitos aspectos”, explica Antônio Leitão, gerente do Instituto de Longevidade Mongeral Aegon.
Santos teve destaque na economia por apresentar um pequeno porcentual da população com baixa renda, também pela elevada nota em cultura e engajamento e por ser uma das cinco com melhor nota em bem-estar.
“O fato de Santos liderar o ranking não significa que a cidade não tem problemas”, afirma Leitão. “A desigualdade na distribuição de renda é um fator que merece atenção. E, uma vez que o município é líder no índice de envelhecimento, é necessário ampliar a oferta de condomínios residenciais para idosos”, diz o gerente.
Três rankings foram elaborados. Um para o envelhecimento da população em geral, outro para pessoas com idade entre 60 e 75 anos e o terceiro para aquelas acima de 75 anos.
Para Ana Bianca Flores Ciarlini, coordenadora de Políticas da Pessoa Idosa da Prefeitura de Santos, não é surpresa que a cidade esteja no topo dessa lista, mas sim fruto de um trabalho voltado especificamente para essa população. “Nós temos diversos programas e ações instaladas em várias secretarias, centros de convivência com atividades ao longo de todo o dia e o Espaço do Idoso, onde oferecemos 30 modalidades. O atendimento foi ampliado neste mês e passamos a receber mil pessoas diariamente”, diz a coordenadora.
A base, explica Ana Bianca, é o conceito do envelhecimento ativo. “Abrimos vagas para cursos de educação financeira, fotografia, arteterapia e outras disciplinas. A cidade mantém atividades esportivas na praia, principalmente na água, e também nos postos dos bombeiros ao longo da orla. E estamos elaborado uma pesquisa sobre o trabalho de mindfulness (técnica de meditação).”