Alunos da terceira série do ensino médio da Escola Estadual Cônego Luiz Wanderley, situada no bairro Pajuçara, na Zona Norte de Natal, recebeu na manhã desta terça-feira (28), uma palestra que se insere na programação do Maio Laranja, mês todo dedicado a combater e enfrentar os crimes que violam os direitos das crianças e adolescentes. A iniciativa é promovida pelo Projeto “Escola na Frente” da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente da Câmara Municipal de Natal.
“Acho muito importante falar sobre isso, porque tem pessoas justamente que sofrem e têm medo de falar. Então, a partir de uma palestra dessa, elas sabem o que estão passando, arrumam coragem para falar, para abordar sobre o assunto, para falar sobre si própria. Por isso, acho muito importante para as pessoas conscientizarem a respeito”, destacou a estudante Maria Fernanda, de 17 anos.
Para a vereadora Julia Arruda (PCdoB), que preside a Frente Parlamentar, a iniciativa pretende dialogar com a comunidade escolar e fazer da escola um espaço seguro para identificar os primeiros sinais de abuso infantil. “A escola é um palco, muitas vezes para perceber se algo de errado vem acontecendo. Se aquela criança tem mudado seu comportamento e se está sendo vítima de uma violência, muitas vezes doméstica e familiar. Nós precisamos ficar atentos aos sinais e não ser coniventes com esse tipo de crime se tiver algum indício. Alguma situação que violou os direitos dessas crianças, não pensar duas vezes e procurar um Conselho Tutelar e fazer com que essas crianças tenham as suas vidas resguardadas e possam ser crianças, tendo acesso à educação, a um lazer, cultura, saúde, qualquer tipo de iniciativa, menos estar vivendo num contexto de violência”, disse a vereadora.
Já para o psicólogo Francisco Pereira, da Casa Renascer, Centro de Defesa da Criança, a palestra ministrada aos alunos entra como uma das formas de prevenção que contribui na identificação. O palestrante chama a atenção para as estatistas, que mostram que a exploração sexual, em sua maioria, ocorre dentro da própria casa.
“É eficaz poder favorecer momentos como esse, além também de rodas de conversa, para que a criança e adolescente possam expressar seus pensamentos, suas ideias e que assim, consigam também identificar, a partir de metodologias de autoproteção, aquilo que é abuso, aquilo que é carinho. É também uma forma de autoproteção. Como diferenciar o que é um carinho natural de um parente, por exemplo, porque muitas situações acontecem às vezes dentro de casa. Por isso, identificar esse carinho de pessoas conhecidas em relação a situações que geralmente levam a um segredo ou um: ‘não conte para ninguém’. Isso, você já deve ficar em alerta,” disse o profissional.