A “Lagoa Azul” que se formou durante uma obra de esgotamento em Parnamirim, na Grande Natal, voltou ao centro das discussões. Primeiro porque sua coloração, inicialmente azul-turquesa que ficou verde-lodo por contaminação, voltou a ficar azulada no fim de semana quando, mesmo proibido, populares voltaram a tomar banho no local.
Segundo, porque nesta segunda-feira (13) um debate na Câmara Municipal da cidade discutiu encaminhamentos e perspectivas para aquele espaço. Durante o debate, professores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) defenderam o aterramento do buraco onde a lagoa surgiu.
Segundo os professores, aterrar a lagoa não significa descartar a idéia de fazer de lá um espaço turístico. A sugestão é fechar o buraco de forma temporária para evitar o uso descontrolado por parte dos moradores de Parnamirim. De acordo com os professores, uma vez aterrado, o local poderia ser escavado posteriormente sem problemas.
“É melhor que aquele espaço não fique aberto. Estamos vendo, em pouco tempo, que não estamos conseguindo tomar de conta dele. As pessoas estão tomando banho e a contaminação está acontecendo, mesmo com os cuidados. É de praxe que nessas aberturas onde água aflora se evite manter abertas”, explica o professor do Departamento de Geologia da UFRN, Ricardo Amaral, sugerindo que a própria areia do local serviria para aterrar.
Essa linha de pensamento também é defendida pelo professor Fagner França, do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da UFRN que relembra a capacidade da engenharia civil solucionar problemas e situações. “O que eu percebo é um aquífero que não estava, mas foi exposto por um processo de escavação. Pelo meu entendimento, de uma obra desse tipo, feita a escavação, executa-se a obra e se faz o reaterro”, disse ele. “Caso seja decidido manter aberto, que se tenha uma ampla proteção”, completa.