Celebrado na próxima terça-feira (21), o Dia Internacional de Combate ao Preconceito Racial serve também para lembrar que é a mulher negra a que mais morre em decorrência da violência doméstica. Pobres, desempregadas ou de baixa renda em sua maioria, são elas que ocupam a maior fatia dos índices de agressões por seus companheiros e ex-companheiros.
Os dados são do Centro de Referência Elizabeth Nasser, equipamento da Secretaria Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres (Semul), que atende às mulheres vítimas de violência doméstica.
Essas mulheres são, em sua maioria, residentes na zona norte de Natal (73%) – este índice pode ter relação com o fato de o Centro de referência estar localizado na região –, seguidas de moradoras da zona oeste (15%). Metade delas se identifica como de cor parda e 10% negras.
As brancas representam um percentual de 26%. A maioria das mulheres atendidas pelo setor, 38%, tem entre 31 e 40 anos, porém, este dado está muito aproximado das mulheres entre 19 a 30 anos. Esta faixa etária representa 33% das mulheres agredidas diariamente por seus maridos, ex-maridos, namorados e ex-namorados.
Mais da metade delas disse estar em uma união estável (53%), seguidas de 18% que informaram ser casadas, enquanto que 19% delas informaram ser solteiras e 8% separadas e divorciadas. A maioria (60%) relata histórico de agressão de mais de dois anos.
“Chamamos a atenção para o fato de serem as mulheres negras e pardas as que ocupam os mais altos índices de violência doméstica, por serem elas as que se encontram em situação econômica menos favorecida. É com esse olhar que entendemos a situação das mulheres em situação de violência, independente da cor da pele, e desenvolvemos nossas políticas de autonomia econômica, para que se fortaleçam e consigam sair do ciclo de violência em que se encontram”, pondera Andréa Ramalho, secretária da Semul.