O aumento das adesões ao chamado das centrais sindicais para uma greve geral amanhã e a derrota sofrida anteontem, na Câmara, durante a votação do projeto de renegociação das dívidas dos estados, acenderam a luz amarela no governo em relação à proposta de reforma da Previdência. Em uma contraofensiva, o presidente Michel Temer determinou, ontem, o corte do ponto dos funcionários públicos que aderirem à paralisação e, ainda, colocou em campo no Congresso os ministros com mandatos de deputado federal para reforçar a votação e garantir a aprovação da reforma trabalhista, como uma demonstração de força. A ideia inicial era que os ministros fossem exonerados apenas para votar a favor da reforma previdenciária.
Mesmo com todas as concessões na reforma da Previdência, o governo sofreria uma derrota “desastrosa” no Congresso se a proposta fosse votada agora, avaliam líderes da base de apoio. O apoio da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) à greve geral, reforçando os movimentos sociais e os sindicatos, deixou os parlamentares ainda mais receosos em aprovar medidas impopulares e não serem reeleitos em 2018. Vídeos gravados por padres de Maringá (PR), Fortaleza e João Pessoa chamando os fiéis para as ruas foram disparados para os parlamentares, via WhatsApp.
Para líderes do governo, a convocação da CNBB para a greve é muito ruim para o governo.
“Acho que o presidente Michel Temer precisa ir mais vezes à missa”, brincou um líder.