Leandra Leal foi a convidada do programa ‘Espelho’ – apresentado por Lázaro Ramos no Canal Brasil – desta segunda-feira, 10, e falou pela primeira vez sobre a maternidade.
Reservada sobre o assunto, a atriz – que terminou em dezembro deste ano o processo de adoção da filha, Julia, junto com o marido, Alê Youseff -, brincou que só estava falando do assunto porque era para Lázaro.
“Foi muito louco me tornar mãe, acho que só falaria isso em um programa com você. Nunca engravidei, nunca tive filho, mas tive a minha filha da forma mais linda do mundo. Ela me adotou como mãe e isso é muito transformador, puro, louco. Você quer cuidar, quer proteger e ao mesmo tempo quer que essa pessoa cresça e seja livre, linda. A forma como eu me tornei mãe, para mim, foi mágica. Foi um encontro de alma, foi um amor escolhido. Sentir esse amor dá muita força”, disse ela, sobre a filha, Julia, de 2 anos.
Ao ser questionada sobre a preocupação de criar uma criança negra no Brasil, Leandra falou que encontrou algumas dificuldades no caminho e confessou que passou a pensar mais sobre o assunto após ter a filha. “Eu me considero uma pessoa consciente e nunca fui indiferente ao racismo, mas agora, mãe da Julia é muito diferente. Antigamente quando me diziam que eu não entendia isso, porque não passava por isso, eu dizia que entendia. Mas não, não entendia. Eu tenho muita preocupação com o lugar que ela vai ser criada, com o país que ela vai enfrentar. Mas também comecei a questionar os meus valores, os meus amigos. Eu comecei a ver que a Zona Sul do Rio é predominantemente branca, eu não via muito, e comecei a me incomodar. Ver sobre referência para elas. Vi nos primeiros dias com negócio de Xampu. Não existe shampoo para Crianças com cabelo crespo com menos de dois anos. É uma loucura”, disse ela.